Água para todos

É incrível que apesar das estatísticas de que a água potável está acabando do planeta, os considerados “os melhores seres da terra”, não se dão conta do que está sendo dito e não se incomodam em deixar a torneira aberta sem necessidade ou em jogar um papel pela janela do carro, pois afinal é como eles dizem: ‘’não sou só eu que faco isso”! E ainda são capazes apregoar que “o homem é o único ser pensante” (imaginem se não fosse).

Na minha ampla ignorância não vejo outros culpados pelo esgotamento da água, a não ser nós mesmo. Quem nunca ouviu seu pai ou avô dizer que o riozinho que passa perto da casa era tão límpido que podia-se beber da água? Cenário que com certeza não faz mais parte do nosso cotidiano e que não fará dos meus filhos e netos (isso se eles chegarem a conhecer o que é água).

Ainda hoje li uma crônica de Martha Medeiros, jornalista do Jonal Zero Hora de Porto Alegre, onde ela cita uma sábia declaracão de Washington Olivetto. Ele diz que há no mundo os ricos-ricos (que têm dinheiro e têm cultura), os pobres-ricos (que não têm dinheiro mas são agitadores intelectuais, possuem antenas que captam boas e novas idéias) e os ricos-pobres, que são a pior espécie: têm dinheiro mas não gastam um único tostão da sua fortuna em livrarias, shows ou galerias de arte, apenas torram em futilidades e propagam a ignorância e a grosseria.

É necessário exemplos? Pois a Martha dá:

“Estava dirigindo quando o sinal fechou. Parei atrás de um Audi preto do ano. Carrão. Dentro, um sujeito de terno e gravata que, cheio de si, não teve dúvida: abriu o vidro automático, amassou uma embalagem de cigarro vazia e a jogou pela janela no meio da rua, como se o asfalto fosse uma lixeira pública. O Audi é só um disfarce que ele pôde comprar, no fundo é um pobretão que só tem a oferecer sua miséria existencial.

Os ricos-pobres não têm verniz, não têm sensibilidade, não têm alcance para ir além do óbvio. Só têm dinheiro. Os ricos-pobres pedem no restaurante o vinho mais caro e tratam o garçom com desdém, vestem-se de Prada e sentam com as pernas abertas, viajam para Paris e não sabem quem foi Degas ou Monet, possuem tevês de plasma em todos os aposentos da casa e só assistem programas de auditório, mandam o filho pra Disney e nunca foram a uma reunião da escola. E, claro, dirigem um Audi e jogam lixo pela janela. Uma esmolinha para eles, pelo amor de Deus. ”

O resultado disso tudo é algo bem simples: a natureza se volta contra o homem. Aliás, se pararmos para pensar a água é algo incrivelmente simples, mas jamais reproduzido em laboratório.

Comentário publicado originalmente no blog da Manalais Comunicação http://blog.manalais.com.br/2007/01/17/agua-para-todos/ em 17/01/2007

As mulheres

Arnaldo Jabor


O cara faz um esforço desgraçado para ficar rico pra quê?
O sujeito quer ficar famoso pra quê?
O indivíduo malha, faz exercícios pra quê?

A verdade é que é a mulher, o objetivo do homem.

Tudo que eu quis dizer é que o homem vive em função de você.
Vivem e pensam em você o dia inteiro, a vida inteira.
Se você, mulher, não existisse, o mundo não teria ido pra frente.
Homem algum iria fazer alguma coisa na vida para impressionar outro homem, para conquistar um sujeito igual a ele, de bigode e tudo.

Um mundo só de homens seria o grande erro da criação.
Já dizia a velha frase que “atrás de todo homem bem-sucedido existe uma grande mulher”.
É você, mulher, quem impulsiona o mundo.
É você quem tem o poder, e não o homem.
É você quem decide a compra do apartamento, a cor do carro, o filme a ser visto, o local das férias.
Bendita a hora em que você saiu da cozinha
E, bem-sucedida, ficou na frente de todos os homens.
E, se você que está lendo isto aqui for um homem,tente imaginar a sua vida,sem nenhuma mulher: aí na sua casa,onde você trabalha, na rua…
Só homens…
Já pensou?
Enfim, um mundo sem metas.

Chegou a sexta-feira, enfim….

Mas afinal, qual o motivo de tanta felicidade apenas pela chegada de um dia, que é como tantos outros???
O verdadeiro motivo para tanta felicidade pela chegada do penúltimo dia da semana, é porque com ele vem todas as ansiedades do fim de semana.
É a certeza do abraço entre amigos que se visitam…
É a mãe que vai receber o filhos e os netos para o almoço…
É o ator que vai estrear a sua nova peça….
É a mocinha que vai fazer a sua tão sonhada festa de 15 anos…
…. é, realmente muitas coisas a serem comemoradas….

Existe, porém, aqueles que não percebem que os dias, os meses e os anos se passam, pois estão a mercê de um problema muito maior, que é a possibilidade de encontrar com o que se alimentar e onde dormir. Não há amigos para encontrar, filhos para abraçar, viajens a fazer, teatros a assistir. Na realidade assistem ao teatro sim, mas o de suas próprias vidas, onde representam o filho rejeitado por um pai soberbo.

E para mim, o que representa a sexta-feira??
Dia de trabalho, faculdade…. o melhor mesmo é quando o dia termina e posso ser recebida com um abraço acolhedor por aquele que ama, que me pergunta como foi o dia… é o sábado que mais me agrada, quando posso ir ao encontro de minha geradora, receber os seus afagos e votos de eterno amor… quando posso ver os frutos de minha irmandade sorrindo e pedindo para que brinque ou lhes ensine algo ….

E assim se vão os meus dias e de todos aqueles que andam a passos largos em busca de riquezas e felicidade individual, muitos nem percebem que na beira do seu caminho há pobres, infelizes e rejeitados.

O Bicho

Manuel Bandeira

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

As ‘oreias’ em Curitiba

Hoje Curitiba recebe a visita do sr. presidente da República. Qual será a pérola que ele vai soltar dessa vez??? A última e memorável foi a que ele tem duas “oreias”.

Ele vem para lançar o programa do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) que vai investir principalmente na Região Metropolitana, em especial em Piraquara. Oa todo, o Paraná receberá um orçamento de 1,2 bilhões de reais.

Como pode alguém achar que tem o direito de estragar o já caótico trânsito de Curitiba em plena sexta-feira???

Pena que no Brasil não há manifestações como o contra John Kenneddy!!!!

Mentiras de guerra

Destaque na Flip deste ano, mais recente livro de Robert Fisk está disponível para público brasileiro.

No início de julho, Paraty foi o cenário de dezenas de encontros literários na Flip (Festa Literária de Paraty). Um dos escritores que causaram mais entusiamo no público foi Robert Fisk, correspondente no Oriente Médio do jornal britânico The Independent. Ele vive no Oriente Médio há quase três décadas e tem mais prêmios de jornalismo que qualquer outro correspondente internacional. Robert Fisk entrevistou Osama Bin Laden três vezes e passou os últimos 30 anos se embrenhando nos campos de batalha do Oriente Médio – 15 deles dedicados à escrita do livro A Grande Guerra pela Civilização. A obra desvenda as mentiras que mandaram soldados para a morte e mataram milhares de homens e mulheres ao longo do século passado. No entanto, ao mesmo tempo, é uma crônica dos jornalistas de guerra, relatando a frustação dos correspondentes que gastam suas vidas reportando em primeira mão a história. Afinal onde a guerra nos leva? À civilização?

“Eu costumava afirmar, com certeza em vão, que todo repórter deve levar um livro de Histórias no bolso. Em 1992, estive em Saravejo e me encontrei, enquanto os abuses sérvios zuniam sobre minha cabeça, sobre a mesma lajota da qual Gavrilo Princip fez o dispara fatal que mandaria meu pai às trincheiras da Primeira Guerra Mundial. E, evidentemente, continuavam soando disparos em Saravejo em 1992. Era como se a História fosse uma gigantesca câmera de eco. Esse ano foi o ano em que meu pai morreu. Essa é, portanto, a história de suaa geração. E da minha”, declara Fisk no prólogo a A Grande Guerra pela Civilização.

Obra-prima da aventura e da tragédia, amenizada por observações cheias de humor e compaixão, o livro passa de uma cronologia da história do Oriente Médio para relatar a história do mundo violento que molda as nossas vias e nosso futuro. “A intensidade é ao mesmo tempo a grande força e uma das principais fraquezas do livro. Após lê-lo, ninguém pode se esconder dos imensos custos humanos das decisões feitas por generais e políticos, sejam eles do Oriente Médio ou não”, destaca o jornalista Stephen Hump, no jornal The Washington Post.

Serviço:
A Grande Guerra pela Civilização, de Robert Fisk.
Editora Planeta, 1496 páginas

R$ 96,00 a 120,00

Jornalismo gonzo

Chega ao Brasil Medo e Delírio em Las Vegas, obra-prima alucinógena do jornalista norte-americano Hunter Thompson.

* com informações de Melissa Medroni

No mês de agosto chega às livrarias de todo o país um dos classicos do New Journalism, gênero literário que mescla ficção e realidade, geralmente narrado em primeira pessoa e recheada de impressões pessoais que teve como expoentes Tom Wolfe (A Fogueira das Vaidades) e Truman Capote (Bonequinha de Luxo e A Sangue Frio). Trata-se de Medo e Delírio em LasVegas, obra-prima do jornalista e escritor Hunter Thompson, que ganha edição especial no Brasil, com ilustrações psicodélicas de Raph Steadman.

O livro narra a viagem regada a drogas de um jornalista norte-americano – o próprio Thompson, sob o pseudônimo de Raoul Duke – e seu advogado pelo deserto de Nevada. “Estávamos em um lugar perto de Barstow, à beira do deserto, quando as drogas começaram a fazer efeito. Lembro que falei algo como ‘estou meio tonto; acho melhor você dirigir…’ E de repente fomos cercados por um rugido terrível, e o céu se encheu de algo que pareciam morcegos imensos, descendo, guinchando e mergulhando ao redor do carro, que avançava até Las vegas a uns 160 por hora com a capota baixada”, conta o narrador no primeiro parágrafo do livro que foi adaptado para o cinema em 1998, com Johnny Deep no papel de Raoul e um irreconhecível Benício Del Toro na pele de seu advogado.

Ao inserir viagens alucinógenas em relatos de fatos reais e usar o sarcasmo e a vulgaridade como forma de humor, o colaborador da revista Rolling Stone criou um gênero que ultrapassou as barreiras do New Journalism e foi batizado de Gonzo Journalism. Partia do princípio de William Faulkner de que “a melhor ficção é muitas vezes mais verdadeira que qualquer tipo de jornalismo”. Não economizava palavras para descrever não só o que via, mas também o que passava pela mente possuída pelas drogas e as situações que protagonizava ou inventava, em decorrência do seu estado alterado, durante as coberturas jornalísticas. Thompson suicidou-se com um tiro na cabeça em fevereiro de 2005, aos 67 anos.

Para saber mais sobre Hunter Thompson e o Gonzo Journalism acesse: http://www.qualquer.org/gonzo

Serviço

Medo e Delírio em Las Vegas, de Hunter Thompson.
Editora Conrad. 216 páginas.
R$ de 35 a 45


* responsável pela editoria de Diversão e Arte da revista Top View.



Duro de Matar 4.0

No fim de semana me dei o direito de assistir uma grande produção holliwoodiana: Duro de Matar 4.0. Vou tentar descrever minhas impressões sobre o filme.

By Luma Savi

A noite é comum e o policial local John McLane está em uma tarefa muito difícil: vigiar a sua filha adolescente Lucy McLane (Mary Elizabeth Winstead). O FBI atrapalha o seu árduo trabalho e pede que vá em busca do hacker Matt (Justin Long), mas engana-se quem pensa que este é o trabalho fácil, pois é aí que começa a ação e a aventura.

McLane desconhece o motivo de tal solicitação e até considera um trabalho ridículo para ser realizado às 3hs da manhã. Mal sabe ele que Matt está na mira de perigosos e que deve ser o próximo a morrer. Motivo? ele é um dos oito hackers que criaram um poderoso código virtual.

Quando chega ao ‘badernado’ apartamento de Matt logo é recepcionado por uma saraivada de balas, dos mafiosos que estão do lado de fora e que tem a missão de ‘deletar’ Matt. Detalhe: todos os outros sete hacker foram mortos ao apertar o botão ‘delete’ de seus computadores e Matt apenas não aperta porque McLane bate em sua porta no exato momento em que ia fazer isso (Pura sorte!!!). Matt até acredita que o caçado é o policial e não ele. É tiro e bombas para tudo quanto é lado!!! (Sobrevivem graças a uma geladeira…)

Após sairem do apto de Matt começa uma sequência de imagens mirabolantes e cheias de efeitos especiais, como McLane conseguir derrubar um helicóptero com um carro e os dois escaparem um milhão de vezes de ser morto pelos mafiosos!!!! Ao chegar no FBI, para onde devria levar o hacker, McLane descobre que a rede informatizada foi invadida e toda a segurança nacional está em risco. Como o policial é ‘analfabeto’ sobre informática e sistemas precisa que seu novo colega lhe explique o que está acontecendo.


Ao longo da história os agentes do FBI e McLane descobrem que o invasor é um ex-funcionário da corporação que falou aos seus superiores que a rede informatizada era vulnerável a hackers, e que por isso foi demitido e teve a sua reputação arruinada. Thomas Gabriel (vivido por Timothy Olyphant, de Pegar e Largar), o vilão sem carisma da história, e sua equipe invadem o sistema de controle de trânsito, o controle de energia, as bolsas de valores e até o satélite dos EUA, ameaçando causar um enorme blecaute, tudo apenas através de computadores e com a finalidade de roubar todo o dinheiro possível de contas e fundos monetários. McLane dá a sua cara para bater e diz que vai acabar com os planos do vilão. Ele mata a namoradinha comparsa de Thomas,
Mai Linh (Maggie Q), o que faz o malvado explodir de raiva e sequestrar Lucy. Se McLane já estava de querendo a cabeça de Thomas, após sequestrar a sua filha a situação ficou muito pior.

No final, como todos podem imaginar, McLane vence sozinho a um batalhão de ‘malfeitões’ (apenas com alguns arranhões no rosto e um tiro no ombro. Ressalva: ele atira no ombro e a bala mata Thomas!!), salva os Estados Unidos e fica de bem com a filha, com quem tem um relacionamento bem tumultuado. Fica ainda a deixa no ar de um possível romance entre Lucy e Matt.

Doze anos depois do lançamento da terceira parte da série Duro de Matar (Duro de Matar: A Vingança é de 1995), o espectador vê o durão McLane em boa forma e com a mesma evolução dos filmes anteriores. É um filme que esbanja testosterona e que em plena moda de super-heróis sensíveis e com crises existenciais, traz um que resolve os seus problemas na base da porrada.

É uma mega produção de tirar o fôlego do espectador do início ao fim da trama. Tem um áudio muito bacana e ótima fotografia. Dica: quando for assitir ao filme deixe de lado a realidade, pois não é isso que o filme quer mostrar e algumas cenas provam exatamente isso, com evoluções que são possíveis somente no mundo virtual.

Curiosidades

– Jessica Simpson fez um teste para interpretar a filha de John McClane, mas foi reprovada.

– Justin Timberlake esteve cotado para interpretar o filho de John McClane.

– Larry Rippenkroeger, dublê de Bruce Willis, machucou-se seriamente ao realizar uma cena em que caía de uma altura de 7 metros ao chão. Ele quebrou alguns ossos da face e ainda fraturou os dois pulsos. Este acidente fez com que as filmagens fossem interrompidas temporariamente.

– Durante sua recuperação, Larry Rippenkroeger recebeu a visita de Bruce Willis diversas vezes. Além disto Willis custeou o hotel dos parentes de Larry, para que pudessem acompanhá-lo no hospital.

– As filmagens ocorreram entre 23 de setembro de 2006 e 14 de fevereiro de 2007.

O que muda com a reforma da língua portuguesa

da Folha de S.Paulo


As novas regras da língua portuguesa devem começar a ser implementadas em 2008. Mudanças incluem fim do trema e devem mudar entre 0,5% e 2% do vocabulário brasileiro. Veja abaixo quais são as mudanças.

HÍFEN
Não se usará mais:
1. quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como em “antirreligioso” , “antissemita” , “contrarregra” , “infrassom”. Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r -ou seja, “hiper-“, “inter-” e “super-“- como em “hiper-requintado” , “inter-resistente” e “super-revista”
2. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Exemplos: “extraescolar” , “aeroespacial” , “autoestrada”

TREMA
Deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados

ACENTO DIFERENCIAL
Não se usará mais para diferenciar:
1. “pára” (flexão do verbo parar) de “para” (preposição)
2. “péla” (flexão do verbo pelar) de “pela” (combinação da preposição com o artigo)
3. “pólo” (substantivo) de “polo” (combinação antiga e popular de “por” e “lo”)
4. “pélo” (flexão do verbo pelar), “pêlo” (substantivo) e “pelo” (combinação da preposição com o artigo)
5. “pêra” (substantivo – fruta), “péra” (substantivo arcaico – pedra) e “pera” (preposição arcaica)

ALFABETO
Passará a ter 26 letras, ao incorporar as letras “k”, “w” e “y”

ACENTO CIRCUNFLEXO
Não se usará mais:
1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos “crer”, “dar”, “ler”, “ver” e seus derivados. A grafia correta será “creem”, “deem”, “leem” e “veem”
2. em palavras terminados em hiato “oo”, como “enjôo” ou “vôo” -que se tornam “enjoo” e “voo”

ACENTO AGUDO
Não se usará mais:
1. nos ditongos abertos “ei” e “oi” de palavras paroxítonas, como “assembléia”, “idéia”, “heróica” e “jibóia”
2. nas palavras paroxítonas, com “i” e “u” tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: “feiúra” e “baiúca” passam a ser grafadas “feiura” e “baiuca”
3. nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i”. Com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem

GRAFIA No português lusitano: 1. desaparecerão o “c” e o “p” de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como “acção”, “acto”, “adopção”, “óptimo” -que se tornam “ação”, “ato”, “adoção” e “ótimo” 2. será eliminado o “h” de palavras como “herva” e “húmido”, que serão grafadas como no Brasil -“erva” e “úmido”

Crônicas de uma tragédia

Bobby conta histórias de personagens fictícios envolvidos no episódio do assassinato do candidato à presidencia norte-americana Robert F. Kennedy

* Com informações de Melissa Medroni

Neste mês de agosto uma das atrações nos cinemas será o filme Bobby. Com um elenco estelar – Anthony Hopkins, Sharon Stone, Demi Moore, Christian Slater, Helen Hunt e outros nomes consagrados de Hollywood -, conta a história de 22 personagens fictícios no Anbassador Hotel na noite em que o candidato a presidente, o senador Robert Kennedy, foi baleado. Para você que faltou nesta aula de história, vamos aos fatos. Robert Kennedy, conhecido como Bobby, era um dos oito irmãos do presidente eleito em 1960, John F. Kennedy. Bobby gerenciava a carreira do irmão e foi nomeado procurador geral quando John ganhous as eleições presidenciais. Juntos impuseram medidas contra o racismo e cercaram a Casa Branca com pessoas com um alto nível intelectual. Até que John foi assassinado em um desfile na cidade de Dallas, durante a campanha para a reeleição.

O episódio impulsionou o jovem Bobby a assumir o papel de porta-voz dos oprimidos, anunciando em 1968 a sua candidatura ao posto que já tinha sido ocupado pelo irmão. Mas Bobby não passou Incólume à nuvem negra qua assolou o mundo naquele ano – em 1968 a Guerra do Vietnã, à qual ele se declarava contrário, atingiu proporções gigantescas e Martim Luther King Jr. foi assassinado. Neste clima de horror e tragédia, Bobby encontrou o mesmo destino que o irmão: não a presidência dos Estados Unidos, mas a morte.

Foi o fim do idealismo da geração que ouvia Beatles e acreditava na erradicação da pobreza, do racismo e da epidemia de violência. “A partir do dia 5 de junho de 1968 nos tornamos mais cínicos e resignados e acredito que isso explica nossa posição cuktural hoje”, diz Emílio Estevez, roteirista e diretor que quis celebrar o espírito de Robert Kennedy no filme Bobby.

Mesclando ficção e realidade, a narrativa começa horas antes do crime que tirou a vida do segundo membro da família Kennedy. O filme dá uma abordagem romanesca à morte de Bobby. Da união de fatos reais com a imaginação de Estevez surgem personagens comuns que teriam tido suas vidas radicalmente mudadas a partir do episódio, como o porteiro aposentado do hotel (Anthony Hopkins), o gerente (William H. MAcy) casado com a cabeleireira do local (Sharon Stone), os cozinheiros (Christian Slater e Laurence Fishburne) e uma cantora alcoólatra (Demi Moore).

* Melissa Medroni é colunista da Revista Top View, Diversão e Arte, e escreveu seu comentário sobre o filme na edição 82.

Saudades

Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de
todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos
sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de
finais de semana, de finais de ano, enfim… do companheirismo
vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum
desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos
encontrar quem sabe…… nos e-mails trocados. Podemos nos
telefonar conversar algumas bobagens…. Aí os dias vão passar,
meses…anos… até este contato tornar-se cada vez mais raro.
Vamos nos perder no tempo….Um dia nossos filhos verão aquelas
fotografias e perguntarão? Quem são aquelas pessoas?
Diremos…Que eram nossos amigos. E…… isso vai doer tanto!
Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha
vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente……
Quando o nosso grupo estiver incompleto… nos reuniremos para um
ultimo adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos.
Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em
diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver
a sua vidinha isolada do passado.
E nos perderemos no tempo….Por isso, fica aqui um pedido deste
humilde amigo : não deixes que a vida passe em branco, e que
pequenas adversidades seja a causa de grandes tempestades….Eu
poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os
meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!”

Fernando Pessoa
“Apesar de ninguém poder voltar atrás e fazer um novo começo,
qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.